Aproximadamente 37 mil mulheres grávidas que perderam sua casas no terremoto de magnitude 7 que devastou o Haiti na terça-feira (12) aguardam ajuda nas ruas do país, expostas à falta de comida, água potável e atendimento médico, alertou a ONG Care.
Em um país onde metade da população tem menos de 18 anos, a situação também é crítica para muitas mães que acabaram de dar à luz e para os próprios recém-nascidos.
Na capital Porto Príncipe, cidade que foi devastada pelo tremor, os hospitais que não foram destruídos pelo estão atuando muito além de seu limite e são incapazes de atender aos milhares de feridos que se amontoam em frente às suas portas.
A Care alerta que as mulheres grávidas que não estão conseguindo receber assistência médica correm um grave risco de sofrer complicações e de morrer durante o parto.
Mesmo antes da tragédia, o Haiti tinha a mais alta taxa de mortalidade materna da região –670 óbitos por cada 100 mil nascimentos.
Segundo comunicado da ONG, aproximadamente 15% das mulheres enfrentam algum tipo de complicação no parto que exige assistência médica. A maioria das mortes no parto ocorre por hemorragia, infecção, trabalho de parto muito prolongado e hipertensão.
“Há muitas mulheres grávidas nas ruas, assim como mães dando o peito a seus bebês”, disse Sophie Perez, diretora da Care no Haiti. “Também há mulheres dando à luz na rua, diretamente na rua. A situação é muito crítica. As mulheres tentam chegar ao hospital mais próximo, mas a maioria deles está cheio e é muito difícil elas conseguirem os cuidados que requerem”.
‘As mães e seus filhos podem morrer por causa de complicações por falta de atendimento médico, acrescentou Perez.
Care é uma organização não-governamental internacional que diz ter como missão combater a pobreza. Segundo site da organização, ela existe há mais de 60 anos e está entre as três maiores ONGs globais. Atualmente, atua em 72 países –incluindo o Haiti.